Sob Lula, o governo promete reativar a Telebras, estatal que geria a rede de telefônicas privatizadas na era FHC.
O negócio interessa vivamente a um cliente do deputado cassado José Dirceu, réu no processo do mensalão e recém-reconduzido à direção do PT.
Dirceu foi contratado por um grupo empresarial que será o principal beneficiário da eventual ressurreição da Telebras.
O ex-mandachuva da Casa Civil já recebeu, a título de consultoria, pelo menos R$ 620 mil, informam os repórteres Marcio Aith e Julio Wiziack, na Folha.
A cifra foi desembolsada, entre 2007 e 2009, por um empresário chamado Nelson dos Santos.
Ele é dono da logomarca Star Overseas, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal do Caribe.
Em 2005, Nelson dos Santos comprara, na bacia das almas, 49% de uma empresa chamada Eletronet. Pagou um valor simbólico: R$ 1.
Com a reativação da Telebras, Santos pode sair do negócio com notáveis R$ 200 milhões. Por quê?
Falida, a Eletronet possui entre seus ativos 16 mil km de cabos de fibra óptica, ligando 18 Estados brasileiros.
Embora valiosa, a mercadoria não cobria as dívidas da empresa, avaliadas em R$ 800 milhões.
Depois do contrato firmado entre Nelson dos Santos e José Direceu, o governo decidiu utilizar as fibras ópticas da Eletronet na “nova” Telebras.
A Viúva dispôs-se a assumir sozinha a caução judicial necessária à liberação da rede de fibras, que serve de garantia a credores da Eletronet.
Em discurso feito no Rio, em julho do ano passado, Lula referiu-se publicamente à transação. Não mencionou nem Dirceu nem o cliente dele. Mas citou a Eletronet:
"Nós estamos brigando há cinco anos para tomar conta da Eletronet, que é uma empresa pública que foi privatizada, que faliu, e que estamos querendo pegar de volta".
Dirceu também tratou do tema em artigos que veiculou em seu blog e no jornal “Brasil Econômico”, do qual é articulista.
Em seus textos, o ex-ministro não menciona o nome de seu cliente. NO blog, Dirceu começou a tratar do tema em março de 2007, mês em que foi contratado por Nelson dos Santos.
Num das mensagens levadas ao blog, Dirceu anotou: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet...”
“...Uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas, joint venture entre a norte-americana AES e a Lightpar, uma associação de empresas elétricas da Eletrobrás".
Procurado, José Dirceu preferiu não comentar. Sua assessoria limitou-se a dizer o seguinte:
"Se, por ventura, o ex-ministro tivesse dado consultoria ao sr. Nelson dos Santos, não poderia confirmar, por cláusula de confidencialidade, comum a contratos de consultoria".
Ouvido, Nelson dos Santos confirmou ter feito pagamentos à empresa de Dirceu, a Consultoria JD.
Disse que a firma de Dirceu “nunca foi contratada para fazer qualquer intermediação de negócios ou serviços relacionados a transações específicas".
Fazia o quê? Segundo o empresário, realizava projeções do cenário político e econômico brasileiro e latino-americano.
Ainda de acordo com Nelson dos Santos, o contrato que o uniu a Dirceu vigorou de março de 2007 a outubro de 2009.
Disse, por e-mail, que os pagamentos feitos a Dirceu constam de notas fiscais e foram devidamente contabilizados.
Informou que desembolsou R$ 20 mil por mês. Considerando-se o prazo de vigência do contrato, foram à caixa registradora da consultoria de Dirceu R$ 620 mil.
No último sábado (20), José Dirceu desfilou seu prestígio pelo Congresso do PT, o encontro que aclamou Dilma Rousseff como presidenciável do partido.
Em entrevista, o ex-ministro declarou que vai participar da campanha de Dilma. “Às claras”, ele disse. “Meu tempo de clandestinidade acabou”.
Referia-se não aos negócios, mas à sua fase guerrilheira, durante a qual, sob ditadura militar, teve de retornar ao Brasil, procedente de Cuba, sob disfarce.
Nesse período, a única confidencialidade que interessava a José Dirceu preservar era sua identidade política.
O negócio interessa vivamente a um cliente do deputado cassado José Dirceu, réu no processo do mensalão e recém-reconduzido à direção do PT.
Dirceu foi contratado por um grupo empresarial que será o principal beneficiário da eventual ressurreição da Telebras.
O ex-mandachuva da Casa Civil já recebeu, a título de consultoria, pelo menos R$ 620 mil, informam os repórteres Marcio Aith e Julio Wiziack, na Folha.
A cifra foi desembolsada, entre 2007 e 2009, por um empresário chamado Nelson dos Santos.
Ele é dono da logomarca Star Overseas, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal do Caribe.
Em 2005, Nelson dos Santos comprara, na bacia das almas, 49% de uma empresa chamada Eletronet. Pagou um valor simbólico: R$ 1.
Com a reativação da Telebras, Santos pode sair do negócio com notáveis R$ 200 milhões. Por quê?
Falida, a Eletronet possui entre seus ativos 16 mil km de cabos de fibra óptica, ligando 18 Estados brasileiros.
Embora valiosa, a mercadoria não cobria as dívidas da empresa, avaliadas em R$ 800 milhões.
Depois do contrato firmado entre Nelson dos Santos e José Direceu, o governo decidiu utilizar as fibras ópticas da Eletronet na “nova” Telebras.
A Viúva dispôs-se a assumir sozinha a caução judicial necessária à liberação da rede de fibras, que serve de garantia a credores da Eletronet.
Em discurso feito no Rio, em julho do ano passado, Lula referiu-se publicamente à transação. Não mencionou nem Dirceu nem o cliente dele. Mas citou a Eletronet:
"Nós estamos brigando há cinco anos para tomar conta da Eletronet, que é uma empresa pública que foi privatizada, que faliu, e que estamos querendo pegar de volta".
Dirceu também tratou do tema em artigos que veiculou em seu blog e no jornal “Brasil Econômico”, do qual é articulista.
Em seus textos, o ex-ministro não menciona o nome de seu cliente. NO blog, Dirceu começou a tratar do tema em março de 2007, mês em que foi contratado por Nelson dos Santos.
Num das mensagens levadas ao blog, Dirceu anotou: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet...”
“...Uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas, joint venture entre a norte-americana AES e a Lightpar, uma associação de empresas elétricas da Eletrobrás".
Procurado, José Dirceu preferiu não comentar. Sua assessoria limitou-se a dizer o seguinte:
"Se, por ventura, o ex-ministro tivesse dado consultoria ao sr. Nelson dos Santos, não poderia confirmar, por cláusula de confidencialidade, comum a contratos de consultoria".
Ouvido, Nelson dos Santos confirmou ter feito pagamentos à empresa de Dirceu, a Consultoria JD.
Disse que a firma de Dirceu “nunca foi contratada para fazer qualquer intermediação de negócios ou serviços relacionados a transações específicas".
Fazia o quê? Segundo o empresário, realizava projeções do cenário político e econômico brasileiro e latino-americano.
Ainda de acordo com Nelson dos Santos, o contrato que o uniu a Dirceu vigorou de março de 2007 a outubro de 2009.
Disse, por e-mail, que os pagamentos feitos a Dirceu constam de notas fiscais e foram devidamente contabilizados.
Informou que desembolsou R$ 20 mil por mês. Considerando-se o prazo de vigência do contrato, foram à caixa registradora da consultoria de Dirceu R$ 620 mil.
No último sábado (20), José Dirceu desfilou seu prestígio pelo Congresso do PT, o encontro que aclamou Dilma Rousseff como presidenciável do partido.
Em entrevista, o ex-ministro declarou que vai participar da campanha de Dilma. “Às claras”, ele disse. “Meu tempo de clandestinidade acabou”.
Referia-se não aos negócios, mas à sua fase guerrilheira, durante a qual, sob ditadura militar, teve de retornar ao Brasil, procedente de Cuba, sob disfarce.
Nesse período, a única confidencialidade que interessava a José Dirceu preservar era sua identidade política.
Escrito por Josias de Souza às 08h21
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